
Ouvi essa frase esses dias e fiquei refletindo sobre ela. A pessoa que a citou, possivelmente, não se deu conta de quanta profundidade estava inserida numa única sentença. É comum ouvirmos as pessoas se referindo ao amor como algo que exige sacrifícios, precisando vencer dificuldades (que às vezes envolve sofrimento), que se paga um preço alto na perspectiva de encontrar a felicidade, sendo esse o objetivo mas não uma certeza ao final dessa jornada.
Claro que numa história de amor tudo isso pode acontecer, mas ficam as perguntas: Porque as histórias mais difíceis e sofridas tem mais repercussão? Porque não podemos ser felizes antes mesmo das dificuldades aparecerem? Porque, no senso comum, só consideramos grandes histórias de amor as que suportam uma carga mais pesada?
Ao ouvir a frase: Seja feliz por amar! Surgiram algumas reflexões:
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O próprio amor, pela sua grandeza, já deveria ser o motivo de nossa felicidade;
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Poderíamos exercitar a leveza na vida, nas ações, no amor, nos relacionamentos;
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Amar é uma escolha individual. Ser correspondido é outra história…
De alguma forma pode parecer que tudo isso é muito distante de uma possibilidade real, afinal aprendemos que amar é sofrer, em certa medida. Os filmes, as novelas, as músicas sempre nos mostram que é preciso complicar para valer à pena. Mas considero que podemos criar nossa própria história, que não precisa seguir padrões pré-estabelecidos, inclusive no campo do amor.
Pensar que o amor é um sentimento sublime na sua própria grandeza deveria nos tornar mais felizes por experimentá-lo. Ao focar no resultado desse sentimento, criando expectativas demasiadas, acabamos transformando uma possível história de amor em algo doloroso, antes mesmo de ser. Muitas vezes sofremos pelas nossas ansiedades, ideiais e não pelo sentimento em si.
Nossa vida amorosa não precisa ser um romance do século passado, repleto de lágrimas, desencontros. Podemos construir, desde o primeiro momento, um romance real, em que duas pessoas se encontram e juntas construirão sua história na perspectiva do agora, compreendendo que hoje é a base para um futuro. Dizendo isso não estou afirmando que as histórias que passam por dificuldade não podem ser felizes, mas não devemos usar isso como padrão.
Quando se ama é uma escolha individual! Acabamos em muitos momentos atribuindo ao outro a responsabilidade de nos corresponder, para assim sermos felizes. Considero que a felicidade deve ser anterior ao próprio ato de amar. Ser correspondido é o ápice, a construção do afeto é a graça do percurso.
Portanto, se você ama, seja feliz por amar! E invista na leveza, sendo grato por ser beneficiado pela experiência singular do amor.
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