
Sempre que queremos descrever quão intenso é o sentimento que temos por alguém ou como foi incontrolável a aproximação ou a paquera, usamos a expressão: Rolou muita química! Algum dia vocês pararam para pensar se fazia algum sentido essa frase? Ou por que começamos a usá-la para descrever a intensidade da afinidade com alguém? Pois é, existe uma explicação científica para isso.
Ao experimentarmos a paixão somos acometidos de diversas reações corporais que não conseguimos controlar: mãos suando, respiração ofegante, rubor na face quando está perto do ser amado, as famosas borboletas no estômago. Todas essas sensações são explicadas pela liberação de substâncias no nosso corpo quando nos apaixonamos. Sim, a paixão é pura química!

Aline Rochedo nos explica melhor o que acontece:
“Uma das responsáveis pelas descargas de emoções para o coração e as artérias é a dopamina, um neurotransmissor da alegria e da felicidade liberado no organismo para potencializar a sensação de que o amor é lindo. Ficamos agitados, corajosos e dispostos a realizar novas tarefas, apesar de dormirmos e comermos mal. (…)
Em pesquisas recentes, estruturas do cérebro chamadas núcleo caudado, área tegmentar ventral e córtex prefrontal se mostraram mais ativadas em pessoas apaixonadas. São zonas ricas justamente em dopamina e endorfina, um neurotransmissor com efeito semelhante ao da morfina. Juntos, esses agentes estimulam os circuitos de recompensa, os mesmos que nos proporcionam prazer em comer quando sentimos fome e em beber quando temos sede. Estar em contato com a alma gêmea, mesmo que por telefone ou e-mail, resultará na liberação de mais endorfina e dopamina, ou seja, de mais e mais prazer.
A feniletilamina, parecida com a anfetamina, é outra molécula natural associada a essa avalanche de transformações, assim como a noradrenalina, que contribui com a memória para novos estímulos. Por isso os apaixonados costumam se lembrar da roupa, da voz e de atos triviais de seus amados. Hormônios como a oxitocina e vasopressina, responsáveis pela formação dos laços afetivos mais duradouros e intensos, como o da mãe com o filho, também tendem a aumentar nas fases mais agudas, preparando o terreno para um relacionamento estável”
Algumas dessas substâncias também estão relacionadas aos efeitos de drogas como a cocaína. Em contrapartida, a serotonina (que tem efeito calmante) tem uma queda no período do auge da paixão. Portanto podemos compreender que o amor e a paixão são viciantes, alteram de verdade o nosso corpo e mente, nos faz agir de forma diferente.
Mas calma! Caso você esteja sentindo todos esses sintomas e ficou feliz por saber que são os efeitos de uma paixão avassaladora, preciso contar que eles são passageiros! Mas não fique triste, isso também tem explicação: toda essa descarga por um período muito longo seria uma sobrecarga no nosso corpo e ele poderia não aguentar. Poderíamos dizer que seria uma “overdose de paixão”.
Tenho uma notícia boa: se o estopim químico do seu cérebro diminuiu, significa que o sentimento está se transformando. Nesse caso são outros fatores que irão determinar se a relação terá futuro, como a parceria, as afinidades, o desejo de estar juntos.
Sim, é preciso ter química! Mas ela sozinha não resolve tudo. Então lembre-se disso na hora da paquera e escolha aquele que além de ajudar a liberar todas essas substâncias maravilhosas, também tenha características que combinem com você. Afinal, não é só de paixão que se constrói uma vida a dois!
Referência em: http://super.abril.com.br/cotidiano/quimica-paixao-446309.shtml
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